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2012 - Livro Vermelho 2013

Ludwigia anastomosans (DC.) H.Hara DD

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 12-09-2012

Criterio:

Avaliador: Eduardo Pinheiro Fernandez

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Ludwigia anastomosans (DC.) H. Hara era considerada endêmica do estado de Minas Gerais; porém, há coletas históricas validadas indicando sua ocorrência nos estados de São Paulo (Campinas) e Paraná (Arapongas) e coletas recentes realizadas no estado de Goiás (Caiapônia). Vem sendo considerada na literatura e em avaliações de risco de extinção empreendidas anteriormente como uma espécie rara, porém, na localidade recentemente encontrada no estado de Goiás, a população de L. anastomosans foi descrita como muito abundante. O diminuto número de coleções parece ser reflexo de seu hábito escandente, uma vez que ocorre na copa das árvores, associadas a ambientes alagados e usualmente as margens de córregos de águas escuras, o que dificulta sua localização/ coleta em campo. Devido as incongruências apresentadas, a espécie foi considerada nesse momento "Dados Insuficientes" (DD), demandando estudos biogeográficos e populacionais mais detalhados para se estabelecer uma categoria de ameaça adequada.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Ludwigia anastomosans (DC.) H.Hara;

Família: Onagraceae

Sinônimos:

  • > Jussiaea anastomosans ;
  • > Jussiaea anastomosans var. obtusifolia ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em J. Jap. Bot. 28: 291. 1953. Carateriza-se principalmente pelas nervuras foliares anastomosadas (Zardini; Raven, 1992).

Distribuição

Espécie do estado de Minas Gerais (Vieira, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos a árvores, de até 10m de altura e DAP de até 15cm (Vieira, 2012; Carlquist, 1987); auto-compatível (Zardini; Raven, 1992).

Ameaças

1.1 Agriculture
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanusKunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1.3.1 Mining
Detalhes A região doQuadrilátero ferrífero, Minas Gerias, possui minério de ferro de altíssimaqualidade, possuindo a maior produção mineraldo estado. A mineração é realizada em cava acéu-aberto, onde a supressão da vegetação e a destruição dos substratos sãocondições das áreas diretamente afetadas pelas minas (Curi et al., 2008; Spier et al., 2003).

1.3.1 Mining
Detalhes Na região doQuadrilátero Ferrífero em Minas Gerais são observadas as seguintes ameaças emconsequência da atividade mineradora: a extração do minério de ferro atinge diretamente os ecossistemas de campo ferruginoso, protegidos porlegislação federal e estadual por serem de ocorrência restrita às cristasserranas, classificadas como Área de Preservação Permanente; e a mineração,incluindo a disposição de estéril e rejeitos, que atinge ecossistemas da MataAtlântica como as Florestas Estacionais Semideciduais e as Florestas PluviaisRipárias (Santos, 2010).

Ações de conservação

1.2.1.1 International level
Observações: Espécie considerada "Vulnerável" (VU) [B1 + 2c] (IUCN 2011. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2011.2. <www.iucnredlist.org>. Downloaded on 28 May 2012).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em Unidades de Conservação: Parque Estadual do Itacolomi (SNUC) e Parque Natural do Caraça, no estado de Minas Gerais (CNCFlora, 2011).

Referências

- VIEIRA, A.O.S. Ludwigia anastomosans in Ludwigia (Onagraceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB004038>.

- WORLD CONSERVATION MONITORING CENTRE 1998. Ludwigia anastomosans in IUCN Red List of Threatened Species. Version 2011.2. Disponivel em: <http://www.iucnredlist.org/apps/redlist/details/32808/0>. Acesso em: 28/05/2012.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- CARLQUIST, S. Wood anatomy of noteworthy species of Ludwigia (Onagraceae) with relation to ecology and systematics., Annals of the Missouri Botanical Garden, v.74, p.889-896, 1987.

- ZARDINI, E.; RAVEN, P.H. A New Section of Ludwigia (Onagraceae) with a Key to the Sections of the Genus., Systematic Botany, v.17, p.481-485, 1992.

- CURI, N.; CARVALHO, L. M. T. DE; MARQUES, J. J. G.; REZENDE, J. B. Vulnerabilidade Natural e Qualidade Ambiental Associadas. Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais: Zoneamento e Cenários Exploratórios. Lavras: UFLA, p.91-100, 2008.

- SPIER, C. A.; OLIVEIRA, S. M. B. DE; ROSIÈRE, C. A. Geology and geochemistry of the Águas Claras and Pico Iron Mines, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil., Mineralium Deposita, v.38, p.751-774, 2003.

- SANTOS, L. M. D. Restauração de Campos Ferruginosos Mediante Resgate de Flora e Uso de Topsoil no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Doutorado. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.

Como citar

CNCFlora. Ludwigia anastomosans in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Ludwigia anastomosans>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 12/09/2012 - 14:48:15